O setor de mineração no Tocantins tem se mostrado um motor econômico significativo, movimentando R$ 1,75 bilhão em 2024, o que representa um crescimento de 21,11% em relação ao ano anterior. A diversidade de recursos extraídos, que inclui ouro, esmeraldas e materiais para a construção civil, atrai investimentos e impulsiona a economia local. Segundo a Agência de Mineração do Estado do Tocantins (Ameto), a atividade mineradora não apenas gera receita, mas também cria oportunidades de emprego, contribuindo para o desenvolvimento das comunidades.
A mineração no Tocantins é sustentada por mais de 30 projetos estratégicos, com investimentos estimados em R$ 4 bilhões até 2027. Esses projetos visam não apenas a extração de recursos, mas também o fortalecimento da infraestrutura e a melhoria das condições de vida nas cidades do interior. No entanto, a expansão da mineração também levanta preocupações sobre os impactos ambientais e sociais que podem advir dessa atividade.
Recentemente, o governo do estado anunciou a aquisição de um projeto de mina de ouro em Monte do Carmo, avaliado em R$ 1,4 bilhão, pela mineradora peruana Hochschild Mining. Este projeto está atualmente em fase de licenciamento e promete gerar cerca de 2 mil empregos diretos e indiretos na região. A expectativa é que a mina não apenas contribua para a economia local, mas também traga um fluxo significativo de trabalhadores e visitantes para a cidade.
A Ameto destaca que, para cada emprego direto gerado na mineração, são criados 11 empregos indiretos. Isso significa que a mineração é responsável por aproximadamente 26.760 empregos diretos e indiretos no Tocantins, o que demonstra seu papel crucial na economia do estado. A criação de empregos é um dos principais benefícios da mineração, mas também traz desafios relacionados à infraestrutura e à capacidade de acolhimento das cidades.
Além dos empregos, a arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) em 2024 foi de R$ 30.278.138,78. Essa compensação é distribuída entre os municípios produtores, afetados, o estado e a União, com os municípios produtores recebendo 60% do total. Essa distribuição financeira é fundamental para que as comunidades possam investir em infraestrutura e serviços públicos, ajudando a mitigar os impactos da mineração.
Entretanto, a expansão da mineração não é isenta de desafios. A comerciante Eva de Jesus Magalhães, que possui um mercado em Monte do Carmo, expressou suas preocupações sobre o aumento do fluxo de pessoas na cidade, que tem apenas 5 mil habitantes. Embora o crescimento econômico seja benéfico para os negócios, a falta de infraestrutura adequada para acomodar esse aumento populacional é uma preocupação constante para os moradores.
Além das questões de infraestrutura, os impactos ambientais da mineração também são uma preocupação significativa. A localização da mina em Monte do Carmo, próxima à nascente de dois córregos que abastecem a cidade, levanta questões sobre a preservação dos recursos hídricos. Os moradores temem que a atividade mineradora possa comprometer a qualidade da água e a saúde dos ecossistemas locais.
Em suma, a mineração no Tocantins representa uma oportunidade de crescimento econômico e geração de empregos, mas também traz à tona desafios que precisam ser cuidadosamente geridos. A busca por um equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental é essencial para garantir que os benefícios da mineração sejam sustentáveis a longo prazo. As comunidades locais, as autoridades e as empresas devem trabalhar juntas para enfrentar esses desafios e promover um futuro próspero e sustentável para o estado.